Carol Gualberto


Há algumas coisas na vida que me emocionam sobremaneira. Uma delas é o CD – todo ele! – da Carol Gualberto.

Carol é filha de uma das mulheres do Quarteto Vida. Quando eu era adolescente, sua mãe Vânia Sathler, junto com outras três mulheres, já marcavam minha vida com música vocal de estremo bom gosto e fina harmonia. Aquilo me estimulava a vida, dava ânimo à minha camihada musical.

Agora, há pouco tempo, eu tive o prazer de ter contato com a musicalidade da Carol, através do seu CD “Das Coisas Boas da Vida.” O próprio nome do CD já prenuncia o que a gente pode encontrar por lá, pois cada música faz exatamente um recorte significativo acerca do que vale a pena da vida, em sua essência.

Carol é criativa, tem movimento. Está muito bem acompanhada por seus músicos e a brasilidade com que se apresenta em seu trabalho é algo realmente digno de nota. Bom gosto, requinte e simplicidade. Em Carol não se vê nada da tão conhecida religiosidade fácil e infantil que a gente encontra aqui no Brasil. Não se encontram os velhos “jargões” gospel nem o famigerado “evangeliquês”. Carol não trata da prosperidade infantilizada, embora cada uma de suas músicas traga uma forte mensagem de perdão, amor e graça. A Graça Divina, tão fundamental para todos nós. Isso, sim, Carol, é prosperidade!

Gosto dos temas trabalhados no seu CD e fico pensando que foram escolhidos a dedo, com muito carinho e imensa reverência ao que realmente é importante para a vida. Acima de tudo, é um trabalho existencialista de profundidade cativante.

Este CD da Carol Gualberto pode ser encontrado na Veroshop, que é a loja de meu marido Joe Edman.

Coro de Câmara Municipal de Jequié

Pois é, gente…

Tenho um monte de novidade para postar e agora fico pensando que talvez seja necessário apenas começar.

Vão perceber que estou aquém da revisão ortográfica pois ando estudando quase que somente Psicanálise. Não me cobrem, não me culpem. Sou mesmo arcaica.

Já que participo atualmente também do Coro de Câmara Municipal de Jequié, vale a pena registrar aqui, ainda que rapidinho, um pouco das emoções que temos vivido. Eu até que tento fugir. Só não resisto aos apelos de meu maestro nem à paixão pela música. Cá estou eu, de novo, cantando. Cá entre nós: a-m-a-n-d-o!

Para quem não me conhece, sou, do Coro de Câmara, a segunda. Aí fica mais fácil ver. Rs.

A noite do dia 28 de setembro de 2009 foi um momento inesquecível, de puro show, da boa Música Popular Brasileira, no Palácio das Artes, aqui em nossa querida Jequié.

Como vai o seu nariz?


De pinóquio, ou palhaço
Como vai o seu nariz?
Curioso, enxerido!
Todo assim é seu nariz.

Cheirador, descobridor
E também pesquisador
Fino, longo, achatado
Algo que o boi pisou.

Um nariz que chega adiante
Antes mesmo que você
Forma bem o seu rostinho
(Apertado é carinho)
Quão gostoso é respirar!

Se está congestionado
Vije! Atchim! Cuidado!
Vermelhinho já está.

Pode ser muito engraçado
Mas vai merecer cuidado
Pra voltar a se empinar.

E dar vida, alegria
Animar seu coração
Que já está se deliciando
Pelo fim dessa canção.

(Obs.: a imagem é do site www.clinicadaalegria.blogspot.com)

Somos Um


Foi no último feriado de outono que encontrei e me debrucei sobre o livro Somos Um, de Jorge Camargo.
Nele, no livro, o Jorge re-conta breves histórias de sua própria vida e de apaixonantes personagens históricos como Irineu, Agostinho, Pseudo-Dionísio, Anselmo, Francisco de Assis, Teresa de Ávila, João da Cruz, Thomas Merton, nos quais Jorge se inspirou para compor músicas que, felizmente, acompanham a excelente obra literária que tenho em mãos. Que bom! (Obrigada, Joe!).

Em todos os textos o autor sinaliza pontos de intersecção, de ligação epistemológica entre ele mesmo e aqueles pensadores. Curiosamente eu também me vi, minúscula e ao mesmo tempo, participante entre eles. A identificação com o outro faz você se sentir parte integrante e foi exatamente isso que vivenciei.

Sentei-me no chão da sala da casa onde estou morando atualmente e, numa das muitas pausas para meditação, observei, não pela primeira vez, mas com maior profundidade, que estou defronte ao Cine Auditórium. Qualquer jequieense tem orgulho desse lugar por onde já passou tanta gente dessa nossa terrinha, que já foi cinema (que saudade dos matinés!) e já foi também até teatro.

Em anexo ao Cine Auditórium está o Centro Educacional Ministro Spínola que tanto contribuiu para o crescimento intelectual de nosso canto.

Do mesmo ponto onde estou, aqui no chão, logo ali, está o santuário da Imaculada Conceição. Tanto no “Ginásio” quanto no ‘Cine’ há inscrições romanas que não consigo discernir. Só sei que não foram escritas por acaso e vou procurar saber para postar por aqui os dois textos.

Meus colegas adolescentes do antigo Segundo Grau nos falavam que há uma ligação subterrânea entre a igreja e a casa do Padre. Não sei se isso é verdade, mas que haviam porões em nossas salas cheios de outras salas subterrâneas, existiam, sim. Os meninos afirmavam categoricamente que aquilo servia para proteção dos religiosos numa suposta guerra na cidade. Mas vem cá: não tivemos nenhuma guerra ou guerrilha por aqui, não, não é?

De qualquer jeito e voltando à ligação com o texto do Jorge, fiquei feliz por ter-me percebido num contexto, numa atmosfera de conhecimentos, curiosidades, riquezas culturais. Não me faltam poesias para viver.

A primeira música do Jorge, neste novo álbum, assinala que “Conhecer me ajuda a ser melhor.”

De fato, esta música é só o começo. Todas as faixas falam de amor, da imensurável riqueza de amar e de se espiritualizar. Da profunda importância de buscar a Deus, de dar um passo além de si mesmo, de se ampliar interiormente.

Amei!

Meu paiol


Moramos, aqui em Jequié, interiorzinho da Bahia, entre a Caatinga e a Mata. Então, como já escrevi em outro espaço aqui, o clima oscila muito. A gente, quando faz frio aqui, sente a influência da mata e morre de frio. Tipo 13 ou 14 graus. Para nós isso é gelo.

Quando faz calor… muitíssimo calor. Chegamos a ter 45 graus. Ufa! Haja água, filtro solar e sombra!

Temos também o “Santo” Elomar. Um cabra retado de Vitória da Conquista que, da Casa dos Carneiros, consegue traduzir sofrimento em beleza, como fazia nosso memorável Luiz Gonzaga.

Um bocadinho de Elomar para você, neste fim de ano. E que a esperança que ele sinaliza em sua poesia bata em nosso rosto com ar de quem gosta de ser feliz.

Campo Branco (Elomar)

Campo Branco minhas penas que pena secou
Todo bem qui nóis tinha era a chuva era o amor
Num tem nada não nóis dois vai penano assim
Campo lindo ai qui tempo ruim
Tu sem chuva e a tristeza em mim

Peço a Deus grande Deus de Abraão
Prá arrancar as pena do meu coração
Dessa terra sêca en ança e aflição
Todo bem é de Deus qui vem
Quem tem bem lôva Deus seu bem
Quem não tem pede a Deus qui vem

Pela sombra do vale do ri Gavião
Os rebanho esperam a trovoada chover
Num tem nada não também no meu coração
Vô ter relempo e trovão
Minh’alma vai florescer

Quando a amada e esperada trovoada chegá
Iantes da quadra as marrã vão tê
Sei qui inda vô vê marrã parí sem querê
Amanhã no amanhecer
Tardã mais sei qui vô ter
Meu dia inda vai nascer

E essa tempo da vinda tá perto de vín
Sete casca aruêra cantaram prá mim
Tatarena vai rodá vai botá fulô
Marela de u’a veis só
Pra ela de u’a veis só

Glossário
Campo Branco: Tradução de Caatinga, expressão indígena
Ança: ânsia
Iantes das quadra asmarrã vão ter: Antes do ciclo biológico das cabras, elas vão parir
E esse tempo da vinda tá perto de vim: Expressão bíblica, derivada da profecia:
os tempos da ressurreição estão próximos.
Sete casca aruêra: árvore medicinal
Tatarena: árvore que se abre em flor, anunciadora da chuva

Banda de Boca

A Banda de Boca estará aqui em Jequié dia 24 de novembro, neste próximo sábado, às 20:00 horas, no Centro de Cultura Antonio Carlos Magalhães.

Os ingressos poderão ser adquiridos ao preço de R$ 20,00 na Líder Comercial ou lá mesmo no local do evento.

Realmente não dá para perder qualquer apresentação deste grupo que emociona e diverte com rara beleza, arte e profissionalismo.

Neste tempo de música plástica, de cultura do lixo e de tanta coisa sem sentido intelectual algum que corre pelo ouvido da gente, vale a pena ouvir algo minuciosamente construído.

Todas as músicas falam de categorias importantes da vida como amor, liberdade, desigualdade social, cultura popular bem como vários outros.

Além da riqueza musical… sobre isso não vou me aprofundar mais. Apenas indico com muito prazer.

Vejo você por lá.

O convite está feito.

Coro Infanto Juvenil – Natal 2007


Sempre tive vontade de fazer um trabalho voluntário que contemplasse o maior número de crianças possível.

Depois de vinte anos de experiência com Musicalização Infantil, trabalhando com percepção musical, coordenação motora, iniciação musical, ritmo, dando ênfase em itens como socialização e trabalhando no sentido de ajudar crianças tímidas a utilizarem palco, utilizarem microfones e se apresentarem em público, tive a idéia de formar um Coro Infanto-Juvenil nesta cidade.

A partir do dia 31 de outubro realizaremos, portanto, um novo projeto para o Natal do ano de 2007, aqui em Jequié – BA.

Sua culminância será a apresentação em lugares fechados, com grande movimentação pública como supermercados, bancos, Centros de Cultura, Igrejas dentre outros.

Temos pouco tempo para ensaios e já começamos a selecionar e inscrever crianças de cinco até dezesseis anos para participarem desse novo trabalho.

Durante toda a minha vida cantei em coros infantis, em vários coros para jovens e fui regente de coros de todas as faixas etárias. Esta larga experiência me permite entender que não há nada mais prazeroso do que ver crianças pequenas articularem bem as palavras e de forma melodiosa. A harmonia que elas conseguem produzir, se bem trabalhadas, é algo realmente espetacular e emocionante.

Fiz vários cursos de Musicalização Infantil, Percepção e Teoria Musical, Regência e Canto. Além disso trabalhei toda a minha vida nessa área de Música.

Sou Pedagoga formada pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Licenciada em Ciências pela mesma instituição, Especialista em Planejamento Educacional e em Metodologia do Ensino Superior. Sou também Psicanalista em formação.

As vagas, para este projeto do Natal de 2007 são limitadas e as pessoas interessadas deverão entrar em contato comigo através de meu e-mail pessoal.

Obs.: A primeira foto é de uma solista de quatro anos de idade, componente do coro.
As outras são da apresentação da Cantata Barquinho Azul, na Igreja Batista Sião, em 21.10.2007.
Foi muito lindo!
Detalhe para os coristas do fundo: ex-coristas que apresentaram em 2007 o mesmo musical. Eles foram convidados de surpresa… subiram emocionados para cantar. São eles: Miga, Larissa, Éder, Franc e Sheyla. Agora já estão maiores e mataram a saudade em alto estilo. Rs.

Te Vejo Poeta

Te vejo poeta quando nasce o dia
E no fim do dia
Quando a noite vem

Te vejo poeta na flor escondida
No vento que instiga
Mais um temporal

Te vejo poeta no andar das pessoas
Nessas coisas boas
Que a vida me dá

Te vejo poeta na velha amizade
Na imensa saudade
Que trago de lá…

Contudo um poema
Tua obra de arte
Destaca-se à parte
Numa cruz vulgar

Custando o suplício do Teu Fiho amado
Mais alta expressão do ato de amar.

(Por falta de inspiração para escrever apresento hoje aqui uma das músicas de que mais gosto, que me inspira e anima a alma.

Ela está no CD “Pra Cima Brasil” da Regina Mota.

O produto final ficou lindo e tem a participação de muita gente boa.

Vale a pena ouvir a música.).

Canção de Pedro…


Canção de Pedro

Ainda me lembro quando vieste aqui,
Sentaste a mesa e partiste o pão,
Dizendo coisas que eu não entendia, e dizia “não”…
E fiz promessas de jamais faltar,
Andar contigo, te acompanhar;
Mas quando foste ao monte em meu lugar,
o primeiro fui a te negar…

Ainda me lembro… o tom da Tua voz,
Quando lavaste aos pés de todos nós,
E o teu olhar dizia que um dia eu ia entender;
Mas não podia nem imaginar,
O sofrimento que te vi passar
Quando subiste ao monte em meu lugar,
Mesmo sem merecer…

E hoje aqui, Tu vens a me dizer
Que nada importa tudo o que passou;
E me convidas a andar contigo,
Me aceitas como sou…
Se o Teu rebanho vens me confiar,
Tudo o que tenho quero te entregar
A minha vida é tua:
Nunca mais eu quero te deixar…

Esta letra é do meu amigo Adriano Estevam. Foi musicada por ele mesmo e por Joe Edman em 25.07.1996, quando ainda éramos adolescentes.

Perdoar é algo típico do ensino do Cristo de Deus.

Mas confesso que tenho dificuldade de ver com os mesmos olhos alguém que tenha me traído ou descepcionado.

A proposta do perdão é profundamente difícil de ser cumprida, embora seja possível (e preciso!) tê-la como pano de fundo para a existência.

Li um pensamento que afirmava que, na cena do pátio, quando Pedro acabara de negar a Cristo, O Senhor estava aprisionado fisicamente mas livre o coração e que seu olhar para Pedro já era, imediatamente, um olhar de amor.

Pedro, por sua vez, encontrava-se extremamente preso em suas dores existenciais ainda que civil e militarmente livre.

Que coisa tremenda!

Eu quero poder viver – viver muito – isso tudo.

Parabéns, meninos!

A música é linda! Tem consistência bíblica – tão rara nas produções de nossos dias.

Foto