Os “Tranca-ruas” em Jequié

Todo mundo sabe que eu não sou de ficar espiritualizando as coisas e desta vez eu ainda não vou fazer isso. Mas que Jequié está cheio de “Tranca-ruas”, está.

Em dias normais o trânsito já está caótico. Muito ruim mesmo. Imagine nesses dias de festas juninas quando se propaga que nesta cidade haverá um grande São João… O trânsito está um caos total. Já se pode verificar alguns carros com placas de outras cidades e de hoje em diante a coisa vai piorar ainda mais.

Poucos guardas de trânsito, o centro com a grande reforma da Praça Rui Barbosa, tudo está contribuindo para que tenhamos dias de buzinaço como o que já ouço daqui de minha sala, de desordem e pequenos acidentes já que, com tudo engarrafado, não tem como se desenvolver maiores velocidades.

Pois bem. Os “Tranca-ruas” estão a solta.

Numa encruzilhada – até a palavra é dita ‘religiosa’ – você percebe isso claramente aqui em Jequié: o sinal se abre e o/a motorista avança com seu veículo, ainda que perceba que logo adiante há um engarrafamento já estabelecido que vai impedi-lo(a) de seguir adiante. Se ele(a) avançou, logicamente vai impedir a passagem da transversal, trancando o trânsito porque estará preso no meio da encruzilhada. Entendeu?

Se você tem paciência nesses casos, se você não avança, você permite que o trânsito flua normalmente e daqui a pouco a coisa já estará resolvida. Sem impedir que os carros andem. E essa pequena atitude libera o trânsito e, de quebra, ainda permite que você perceba quão bom é ter a consciência livre e não ser chamado de “Tranca-rua”.

Cruz credo!

Meu paiol


Moramos, aqui em Jequié, interiorzinho da Bahia, entre a Caatinga e a Mata. Então, como já escrevi em outro espaço aqui, o clima oscila muito. A gente, quando faz frio aqui, sente a influência da mata e morre de frio. Tipo 13 ou 14 graus. Para nós isso é gelo.

Quando faz calor… muitíssimo calor. Chegamos a ter 45 graus. Ufa! Haja água, filtro solar e sombra!

Temos também o “Santo” Elomar. Um cabra retado de Vitória da Conquista que, da Casa dos Carneiros, consegue traduzir sofrimento em beleza, como fazia nosso memorável Luiz Gonzaga.

Um bocadinho de Elomar para você, neste fim de ano. E que a esperança que ele sinaliza em sua poesia bata em nosso rosto com ar de quem gosta de ser feliz.

Campo Branco (Elomar)

Campo Branco minhas penas que pena secou
Todo bem qui nóis tinha era a chuva era o amor
Num tem nada não nóis dois vai penano assim
Campo lindo ai qui tempo ruim
Tu sem chuva e a tristeza em mim

Peço a Deus grande Deus de Abraão
Prá arrancar as pena do meu coração
Dessa terra sêca en ança e aflição
Todo bem é de Deus qui vem
Quem tem bem lôva Deus seu bem
Quem não tem pede a Deus qui vem

Pela sombra do vale do ri Gavião
Os rebanho esperam a trovoada chover
Num tem nada não também no meu coração
Vô ter relempo e trovão
Minh’alma vai florescer

Quando a amada e esperada trovoada chegá
Iantes da quadra as marrã vão tê
Sei qui inda vô vê marrã parí sem querê
Amanhã no amanhecer
Tardã mais sei qui vô ter
Meu dia inda vai nascer

E essa tempo da vinda tá perto de vín
Sete casca aruêra cantaram prá mim
Tatarena vai rodá vai botá fulô
Marela de u’a veis só
Pra ela de u’a veis só

Glossário
Campo Branco: Tradução de Caatinga, expressão indígena
Ança: ânsia
Iantes das quadra asmarrã vão ter: Antes do ciclo biológico das cabras, elas vão parir
E esse tempo da vinda tá perto de vim: Expressão bíblica, derivada da profecia:
os tempos da ressurreição estão próximos.
Sete casca aruêra: árvore medicinal
Tatarena: árvore que se abre em flor, anunciadora da chuva

De Canto em Canto no Calendário da Prefeitura Muncipal de Jequié


Hoje recebemos convite para cantarmos no Natal/2007 que será promovido pela Prefeitura Municipal de Jequié, aqui na Bahia.

Então estamos no Calendário Oficial da cidade neste fim de ano e isso é um prazer imenso, considerando que ninguém ainda conhece o trabalho que está sendo desenvolvido pelo coro De Canto Em Canto.

Dia 19.12.2007, às 18:30 horas.

Logo após o coro Vozes de Sião, da Igreja Batista Sião, também terá a oportunidade de demonstrar parte de sua cantata de Natal desse ano, com o Musical “O Amor Nasceu”.

Os coristas estão se empenhando e, com certeza, serão momentos inesquecíveis.

De Canto em Canto


(Antes que qualquer outra coisa: nosso próximo encontro será dia 08/11, quinta-feira, no auditório dos Supermercados Cardoso, às 18:30 horas).

Ontem aconteceu nosso primeiro encontro. Um momento especial.

As crianças são realmente espertas e foi emocionante ouvi-las cantando, já no primeiro dia de trabalho, alguma coisa.

A logomarca, elaborada por Joe Edman, já indica que cantar, para nós, será um exercício de muito prazer. Obrigada, Joe! A marca ficou linda!

Se você deseja que sua criança participe, entre em contato conosco por e-mail e conversaremos melhor sobre o assunto. As vagas são limitadas, mas ainda aceitamos componentes para esta fase.

Estou feliz com este novo projeto e acredito que iremos longe com aquela turminha tão afinada.

(Só para refrescar a memória: De Canto em Canto é o nome do coro infanto juvenil ministrado pela regente Ieda Sampaio).

‘Blogando’ no trânsito


Sempre que estou dirigindo tenho vontade de escrever. Fico refletindo no trânsito. Penso em coisas, pessoas, comportamentos, eventos, livros, idéias…

Às vezes me lembro do texto e, chegando em casa, escrevo.

Outras, fico com aquilo só pra mim.

Indo e vindo de casa… Indo à algum lugar, estou sempre pensando no cotidiano da gente. E sinto desejo de escrever nos lugares mais imprevisíveis.

Acho que me lembro um pouco do texto de hoje:

Aqui a cidade é pequena. Apenas 180.000 habitantes. Provavelmente isso. Mas o trânsito é, creiam, caótico.

Não entendo. A impressão que tenho é que cada morador possui carros ou, especialmente, motos. Muitas motos.

Chaga a ser engraçado.

O sinal se fecha e os quinze segundos naturais da espera são suficientes para abarcar dezenas de motoqueiros à sua volta que ficam afoitos para te vencer em velocidade e espaço.

É como se fossem, sem querer ofender, um monte de mosca em comida destampada. Lembram esses insetos mesmo por serem na maioria escuros e lembrarem uma certa leveza.

Eu, antes de alguém me taxar de preconceituosa e elitista, gosto muito de motos. Gosto de passear nelas!

Mas voltando ao assunto…o do trânsito: hoje eu vi um culto à Deus na hora do pico, ao meio-dia, no centro, aqui.

Um motorista, numa pista dupla meio desorganizada, parou repentinamente seu veículo e pôs a mão para fora, pedindo aos motorizados seguintes que também fizessem o mesmo.

Quase não deu para brecar meu carro a tempo. Confesso que não entendi e numa hora dessas vocês logo desconfia que aconteceu algo à frente.

Eram duas mulheres e um homem conhecidos meus, com um bebê recém-nascido nos braços atravessando a rua.

Aquela hora, tão simples e rica, todo mundo parou.

Parou para a vida passar.
Não sei o nome daquele motorista tão gentil. Só fico pensando que Deus deve ter sorrido para ele naquele momento.

Isso é que é agrado.

Parabéns, motorista humano!

Obs.: Quem tiver aí uma foto que condiga com o trânsito atual dessa cidade, por favor, mande para mim!

Leito do Rio das Contas em Jequié – BA

Luz do sol que a folha traga e traduz
Em verde novo, em folha, em graça
Em vida, em força, em luz
Céu azul, que vem até onde os pés.
Tocam a terra e a terra inspira
E exala os seus azuis
Reza, reza o rio, córrego pro rio, rio pro mar
Reza a correnteza, roça, beira, doura a areia
Marcha o homem sobre o chão, leva no coração uma ferida acesa
Dono do sim e do não diante da visão da infinita beleza
Finda por ferir com a mão essa delicadeza
A coisa mais querida, a glória da vida.

                   (Luz do Sol - Caetano Veloso)



 
 

Dia do Técnico Industrial e do Técnico em Edificações

Tivemos o prazer de comemorar na Inspetoria do CREA – BA, em Jequié, o Dia do Técnico com chamadas em FM, faixa comemorativa, vídeo institucional e um coquetel especial com que prestigiamos todas os profissionais que compareceram naquele encontro regional no último dia 22 de setembro deste ano.

É necessário que todos os técnicos de nível médio se percebam como profissionais (daí a relevância da comemoração!).

A impressão que temos, através de contato com os mesmos, é que eles não possuem o necessário sentimento de pertencimento ao Sistema CONFEA-CREA. Como se fossem eternas mãos-de-obra baratas e não-especializadas e como se não elaborassem trabalhos técnicos de grande relevância para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida de nossa sociedade, contribuindo através da produção de conhecimento tecnológico, social e cultural em benefício da mesma.

Talvez o sentimento de menor importância por parte dos profissionais de nível técnico advenha do ranço de autoritarismo que ainda existe, refletida em afirmações do tipo: “é claro que o profissional de nível técnico não possui as atribuições de um profissional de nível superior!” quando deveríamos modificar o discurso afirmando que estes profissionais possuem, sim, uma habilitação específica e própria deles, que, inclusive dão aporte e subsídio aos profissionais de nível superior no desenvolvimento de suas atividades. Que gozam de atribuições profissionais concedidas por leis e resoluções do Sistema Confea-Crea, baseadas na formação acadêmica que adquiriram em suas respectivas escolas, garantindo, desta forma, a salvaguarda de seu mercado de trabalho.

Assim como um Arquiteto, não possui atribuição específica para assumir responsabilidade técnica pela execução de uma obra de saneamento, um Engenheiro de Pesca não pode elaborar um projeto estrutural de um edifício, o profissional de nível técnico possui suas atribuições limitadas ao conhecimento adquirido em sua formação escolar.

Mas eles são, sim, autores intelectuais de seus trabalhos; têm o direito de anotar seu Acervo Técnico através das Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) dos serviços e obras realizados e, em conseqüência disso, obter junto ao CREA sua Certidão de Acervo Técnico (CAT).

Possuem também o direito de adquirirem aposentadoria especial pois, ao elaborarem suas Anotações de Responsabilidade Técnica, registram oficialmente os trabalhos realizados, naquele período, em atividades insalubres ou periculosas, definido através da própria ART.

Afirmamos, desta forma, que o Técnico também é um profissional, importante, respeitável e indispensável ao processo de construção de uma sociedade justa e democrática.

Reconhecendo isto, estamos contribuindo para desconstruir idéias autoritárias que insistem em menosprezar alguns em privilégio de outros.

É importante perceber a relevância social do trabalho dos profissionais ligados ao Sistema Confea-CREA para o desenvolvimento do País de forma sustentável e ecologicamente correta, já que setenta por cento do que se produz no Brasil passa necessariamente pelas mãos dos trabalhadores ligados à Engenharia, Arquitetura, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia e, dentre estes, pelos profissionais de nível médio que, a propósito, estão representados (como foi pontuado acima) pela maioria dos registros verificados nos seus respectivos Conselhos Regionais.

Portanto, parabéns, a todos os Técnicos, pelo seu dia!