Uma pergunta à mídia brasileira

É impressionante a ação da mídia frente aos fatos que ocorrem no nosso cotidiano.

Já falamos aqui sobre os aparelhos ideológicos, como eles atuam em nosso jeito de ser, pensar e agir. Não quero me aprofundar nessas questões nem falar mais do que já falo contra essa forma perversa de tratar nossas causas, a vida, os acontecimentos.

Só quero fazer uma pergunta hoje: por que é que no caso (comovente, sim!) de Isabela todos os repórteres ficam como urubus em cima da família, do casal suspeito, dos vizinhos? Ninguém tem paz desde que ocorreu o acidente com a menina em São Paulo. Não se fala em outro assunto na mídia.

E por que é que, no também comovente caso da menina Mariana, em Planalto, no interior da Bahia, nem se toca no assunto? Será porque pelo fato desta segunda ter nascido num lugar muito pobre no interior da Bahia, ser filha de pobres e não possuir piscina nem elevador em sua casa, seu caso não seja digno de ‘holofotes’?

Eu não entendo.

Injustiça

Enquanto a gente vai vendo um evangelho (com letra minúscula!) gospel se multiplicando, tantas heresias, tanto charlatanismo em nome de um deus que eu não conheço e enquanto a gente se rende a um consumismo perverso e a um capitalismo cruel que cada vez mais empobrece mais gente, eu fico encolhida no meu cantinho… o que fazer?!
Eu não posso aceitar tanta farsa!



Justiça? Educação? Como assim?


Acabei de ler o artigo de Wilson Fernando Trevizam, na Caros Amigos, sobre o mal uso do dinheiro público praticados pelos poderes públicos.

O curioso é que justamente o Poder Judiciário, que deveria primar pelo bem comum e pelo cumprimento das leis estabelecidas em nosso País, é quem lança mão das facilidades e permite que tanta gente sem concurso público e com pouca qualificação ocupe espaços de profissionais e/ou servidores que deveriam trabalhar para o povo, pelo povo.

Aqui em Jequié, no interiorzinho da Bahia, não é diferente.

Em especial, na área da Educação, por exemplo, há tantos diretores de escolas públicas sem a devida habilitação acadêmica, que fica fácil explicar (só por aí) o baixo nível de educação que nossas crianças recebem.

Segundo Trevizam, “metade dos cargos comissionados pode ser preenchida sem concurso público, incentivando o apadrinhamento político, o nepotismo, a corrupção e o assédio moral, bem como a desvalorização e desqualificação dos cargos efetivos”.

Para ser diretor de escola municipal nesta cidade, pelo que se sabe, basta ter algum aliado político, ser amigo e cabresto de algum(a) vereador(a) e/ou, em especial, estar por perto do Prefeito.

Assim, chegar à quinta série sem saber ler ou escrever já é algo dito “comum” nos espaços escolares de nossa região.

Claro que há um amaranhado de coisas que viabilizam toda essa situação e pontuar um só aspecto é exagero. Tem também a falta de acompanhamento dos pais. Além disso, professores que, por baixos salários e/ou por falta de formação continuada, prestam um serviço duvidoso… Há muitos outros motivos.

Mas, cá pra nós, que vivemos uma profunda crise educacional, de modo geral, vivemos.

Trevizam conclui seu pensamento sinalizando que

“cabe a nós, como cidadãos, cobrar das autoridades soluções para que o dinheiro de nossos impostos não seja utilizado de uma maneira tão mesquinha e imoral, pois bilhões de reais estão sendo gastos para manter privilégios injustificáveis, sabendo que esses recursos poderiam ser utilizados para fins mais nobres, como o atendimento das necessidades básicas da população mais carente deste País. Uma distribuição de renda mais justa se faz também com o uso correto das verbas públicas.”

É isso.

Fonte: Foto