Para quem mora longe…

Há uma pesquisa da BBC, em Londres, que indica que Saudade é a 7ª palavra mais difícil de traduzir.

Você pode sentir saudades de várias coisas e/ou pessoas. Até de tempos e situações vividas anteriormente. Tem gente que sente saudades do que nunca viveu.

Para a Wikipédia, “a palavra vem do latim “solitas, solitatis” (solidão), na forma arcaica de “soedade, soidade e suidade” e sob influência de “saúde” e “saudar”. No fado e na música popular, a saudade e a partida são temas constantes.”

Já senti saudade até do cheiro de café vindo da cozinha de manhã cedo.

Estar longe de casa significa ter, quando a gente menos espera, o coração apertado pela saudade.

Saudade é coisa séria.

Estive longe, diversas vezes, de quem amei. E volta e meia estou distante de quem amo. Em alguns momentos a gente está perto e ainda sente falta um do outro. Curioso!

Rubem Alves, em Sobre o Tempo e a EternaIdade, traduz um pouco esse sentimento:

“Assim são os meus mapas.

Olho para vastos espaços.

Identifico rios, montanhas, mares, cidades.

Não me dizem coisa alguma.

Não me produzem nenhum riso.

Mas há uns poucos lugares que brilham como estrelas.

São lugares onde moram pessoas que eu amo.

Somente os amantes sabem que os mapas facilmente se transformam em corpos.

Basta, para isso, que a despedida aconteça…”

Há poesias, contos, reclames, murmurações, lamentos, músicas e muitas outras expressões artísticas que tentam expressar este tipo de sentimento. Tanto se canta sobre a saudade… Tanto se fala sobre a distância do que ou de quem amamos…

ALVES ainda sinaliza:

“A saudade faz bem ao amor, pois que é justamente na dor da separação que o coração faz a operação mágica de re-encantar os amantes que o cotidiano só faz banalizar. Saudade é um buraco dolorido na alma. A presença de uma ausência. A gente sabe que alguma coisa está faltando. Um pedaço nos foi arrancado. Tudo fica ruim. A saudade fica uma aura que nos rodeia… Infelizmente, o amor é feito com muitos nunca mais” – a expressão mais triste que existe”.

Há uma certa beleza nisso que também fere o coração.

Ontem à noite Nietzsche foi meu companheiro. Vi também Jesus Cristo e seu Sermão do Monte. Dormi em paz.

No coração do homem, a eternidade…


Estávamos todos num dos laboratórios de Biologia da UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia quando eu fiz uma pergunta que provocou uma lacuna, um enorme silêncio na classe de aproximadamente quinze alunos: professor, o que sua alma busca?

O professor era um velho médico que insistia em afirmar em todas as aulas que Deus não existia. Que cientificamente não havia como prová-lo.

Todos os dias aquele professor nos instigava com aquela velha história de ateísmo. E eu gostava daquele homem e de sua busca pela verdade, embora não concordasse com seu pensamento.
Então o mestre rompeu o silêncio afirmando: “Quando estou sozinho, no silêncio de minhas mais profundas reflexões, minha alma busca a Deus”.

Era, assim, final de uma das mais brilhantes aulas que eu havia tido em toda a minha vida.
Ainda que eu não creia. Ainda que eu não queira eu sou um ser espiritual. Tenho uma alma e ela busca a alguém mais poderoso e forte que eu. Sem o mesmo eu não conseguiria viver.

Bonsai

Acamp’Bab 2007


Sob a tranqüila e firme direção do Pr. Arno Hübner, entre os dias 16 a 22 de fevereiro, no feriado de Carnaval de 2007, estivemos no Acampamento Geral dos Batistas Baianos – Acamp’Bab. São 65 anos de existência deste evento evangélico marcado por grandes oradores, pela presença de várias pessoas de todo a Bahia e de muita graça de Deus.

Toda a infra-estrutura foi, ao longo dos anos, sendo melhorada e utilizamos tanto a Primeira Igreja Batista de Jaguaquara como lugar de culto quanto às dependências do famoso Colégio Taylor Egídio e agora também da Escola Rural Taylor Egídio (ERTE) como apoio para a hospedagem e refeitório.

Não dá para falar do Acampamento sem pontuar o clima maravilhoso que nos dá a impressão de estarmos na Europa em pleno interior da Bahia. Além da presença das palmeiras imperiais que dão um ar de requinte e rara beleza ao lugar.

Há muito que falar desse evento. O silêncio presente nos espaços, o clima, os encontros e mensagens são fatores que nos permitem reflexões, questionamentos e uma especial inspiração para todo o ano. É como se precisássemos daquilo para repor as baterias necessárias para viver. Gosto de uma espiritualidade saudável, sem imposições.

Este ano teve como tema “Celebrando Cristo em Meu Viver”. Tivemos várias oficinas sobre Melhor Idade, Liderança, Jovens e Adolescentes, Louvor e Adoração, Encontro de Pastores, Beleza Feminina, Esportes, Cultos Matutinos, Corais e outras tantas atividades.

Como líder do louvor tivemos Álvaro Júnior e sua equipe. Um jovem com uma simplicidade impressionante, possuidor de uma bela voz que, junto com sua graciosa equipe, assumiu parte do louvor. Digo parte porque além dele tivemos o coro sob a regência de Guilherme Hübner, vários grupos musicais, a cantora Joanita Monteiro, Gisane (também Monteiro) bem como outras expressões com crianças, quartetos, grupos femininos etc.

Como orador oficial tivemos a presença do inesquecível Pr. Manfred Grellerd, Diretor da Visão Mundial. Essa, para mim, foi a parte mais significativa do encontro. O mensageiro discorreu sobre a espiritualidade e praticidade do Sermão do Monte. No início de sua fala ele sempre pontuava pessoas que assumiram e/ou assumem estilos de vida ligadas ao grande sermão e mostrava assim, como seria possível internalizar e praticar tais lições.

Ler a mensagem de Jesus Cristo junto com o Pr. Manfred é dar vida a algo que a gente sempre leu e não deu muita importância. É ter reavivado a fé. É tomar novo fôlego e desejar ficar aos pés da cruz só pra sorver tudo o que Ele tem proposto ao ser humano.

Em dias de tanta dificuldade, de tanto ódio e desigualdade social; em dias tão incertos e violentos em que vivemos, vale a pena esquecer-se um pouco, se retirar a um lugar como aquele e tentar viver ou, ao menos, conhecer a proposta de algo diferente do Capitalismo Selvagem e do Marxismo Autoritário.

Eu ainda não havia pensado que construir pilares existenciais sobre o Cristianismo – não essa pseudo-religião que está na moda – significa essencialmente apontar alternativa para o planeta. Essa outra opção de que os teóricos tanto falam e parecem até tocar. Se não for por essa via (a do céu), será sempre uma simples utopia.

Estou certa de que a Igreja tem muito que fazer. Basta acordar.

Acho que voltei mais crente.

Foto Pr. Manfred

Foto Complexo Taylor.Erte