Alguns aspectos sobre a Pedofilia


Dentre tantos assuntos que estão em evidência nos últimos tempos como a violência, as drogas, as psicoses, os desequilíbrios emocionais, poucos provocam tanto estranhamento e medo quanto à Pedofilia. Para agravar ainda mais a situação, esse evento é mais comum na nossa sociedade atual do que se pode imaginar e quando menos se espera, pode se manifestar muito perto de nós, de nossos conhecidos, vizinhos, familiares.

Este texto pretende trazer luz à algumas questões sobre o assunto para que haja clareza na compreensão dos fatos, para que famílias não sejam desestruturadas e que haja tolerância, diálogo e maturidade para enfrentar a questão de frente, sem artifícios que além de não resolverem o problema acabam por maximizar ainda mais os traumas de todos os envolvidos no caso que porventura vier à tona.

Há pelo menos quatro fatores que precisam ser levados em conta quando surge algum caso de Pedofilia.

1. A criança – A menina ou o menino que sofreu a agressão não é culpada/o e muito menos provocou o ato pedofílico. Primeiro porque embora as crianças tenham sexualidade e libido – conforme nos esclarece Sigmund Freud em Três Ensaios sobre a Sexualidade – elas não estarão psíquica nem biologicamente prontas para compreender toda a complexidade do sexo. Depois disso, consforme orienta o Estatuto da Criança e do Adolescente, criança precisa ser protegida, não acusada. Em outras palavras, criança abusada sexualmente é vítima, não culpada. Ela poderá até ser despertada de forma precoce para o sexo, mas continuará se sentindo indefesa e terá de enfrentar medo e insegurança para o resto da vida, caso não re-elabore ou ressignifique a agressão. Vale ressaltar também que o pedófilo, de um modo geral, a ameaça fortemente se ela vier a contar a algum adulto (à mãe, ao pai, à família) o que vem sofrendo/vivenciando.

2. A vítima de pedofilia e sua vida futura – Cada pessoa tem sua sensibilidade própria, seu jeito de viver a vida e de exercer seu papel social em sua história pessoal. Há pessoas que sofreram agressões sexuais na infância e tiveram sua sexualidade exageradamente explorada levando para seu futuro pesadas cargas de experiências sexuais que tanto podem favorecer-lhe ou não em sua vida futura. Depende de cada caso. Há outras, conforme a sua fragilidade, que desenvolvem verdadeira ojeriza sobre sexo e tem sua sexualidade comprometida. Outras adquirem aversão ao sexo oposto. Só para citar algumas das muitas consequencias que podem advir dessa tão séria experiência do sexo na infância. Como já foi anteriormente sinalizado, também a vítima pode – mas isso não é regra geral – se tornar um futuro pedófilo, tendo em vista que, em sua estrutura mental, ele pode criar a idéia distorcida de que “se fizeram comigo, vou fazer com outra criança, para me vingar.” Ou mesmo desenvolver a idéia de que só terá prazer sexual se se relacinar intimamente com alguma criança. Esse fato será melhor explanado logo abaixo.

3. O Pedófilo – Por outro lado, o pedófilo, embora cometa crime, tambem precisa ser reconhecido como um ser humano e, por ser gente, necessita ser ouvido e tratado clinicamente em suas dificuldades. Ninguém cresce planejando ser pedófilo para fazer pessoas sofrerem. O pedófilo, comumente visto como monstro, possui uma história de vida própria, tem suas limitações e sofrimentos e quase sempre é alguém que também foi vítima na infância, de violência sexual, de abusos, violações. Pode-se afirmar, então, que embora seja revoltante sua ação, posto que não se deve machucar ou abusar de crianças, é cabível promover saúde mental e até cura a pessoas com tal tipo de parafilia. Outra informação que se deve levar em conta sobre o pedófilo é que ele, por sua formação psicológica minada por insegurança, considera que só poderá ter prazer se se relacionar com crianças, posto que elas não terão como se defender e também seriam supostamente tão inseguras quanto o próprio agressor.

4. A família – Quando se fala de Pedofilia as famílias se contorcem, se arrepiam, sentem nojo e repulsa. É natural que seja assim, pois é realmente um tema difícil de ser trabalhado, compreendido e até mesmo aceito. A saída para a família acometida por tão grave incidente seria encarar a questão com maturidade, com clareza e buscar atendimento profissional para todos os envolvidos, em especial para a criança e, se for possível, para o próprio agressor. Isso por que, infelizmente, na maioria dos casos, as estatísticas demonstram que os agressores são componentes da própria família, como os pais, os avós, os tios, os padrastos. Mulheres, também, podem efetuar práticas desse tipo. O que pouco se fala é que, ingenuamente, pais muito carinhosos, que acariciam genitálias dos filhos, no banho, na cama, podem estar, mesmo sem querer, despertando sexualmente os seus pequeninos e afetarem, para sempre, sua sexualidade.

Todos os envolvidos em casos de Pedofilia sofrem vergonha, dor, revolta, medo, insegurança. Até mesmo o pedófilo, na maioria dos casos, passa por fortes crises emocionais e existenciais. É necessário bastante cuidado, clareza e maturidade para enfrentar o problema, coragem para buscar ajuda profissional e sabedoria para evitar que estragos maiores ocorram com os envolvidos, provocados pela inapetência em tratar questão tão delicada.

Referências:

 FREUD, S. – Três Ensaios Sobre Sexualidade, 1905
 Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasil. Estatuto da criança e do adolescente (1990). Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990

3 pensou em “Alguns aspectos sobre a Pedofilia

  1. Olá Leda, Quantos aspectos a serem consciderados não? Que bom que encontramos toda esta mobilização para tratar deste tema tão pertinente e que diz respeito a todos nós. Parabéns.

    Quero aproveitar para te pedir uma coisa que se refere a uma postagem sua de 2007. è sobre a cantata Barquinho Azul. Sou Pr em Aracaju e cheguei a voçe através de Barquinho e azul.rsrsrsr pelo Google. Gostaria muito de receber este material se possivel. Deus te abençoe grandemente.

  2. Você disse aí que parafilias , como a pedofilia tem cura? Desde quando?Só se for usar castração quimica,pra acabar com esses libidinos,desgraçados, pois todos os pedofilos reincidem nesse crime absurdo!Seria melhor se vc fizesse uma pesquisa profunda em prisões e em ex-presidiarios que cometeram pedofilia!todos, sem excessao de nenhum voltam a cometer o mesmo crime, minha amiga!No mais pedofilia é psicose, e psicoses nunca tiveram cura!pesquise aí sobre o assunto!Quanto a vc se condoer por esses desgraçados, isso acontece porque vc ainda não teve um caso de vítima em sua familia, pois quando tiver, vc que irá desenvolver uma obsessão ,uma loucura, uma compulsão, uma vontade infinita de matar um demonio desses!E ainda vai ter que lidar com uma guerra interna titânica,pois terá que usar todo o seu equilibrio emocional, sua inteligencia, sua sabedoria e religiosidade pra se controlar pra não virar uma assassina da noite para o dia !Um pedofilo desgraçado, não mexe apenas com a cabeça da vítima ,minha amiga! Mexe também na estrutura emocional de uma pessoa que ama fraternalmente a vitima!Vc começa a questionar até Deus !Vc começa a duvidar de todas as pessoas do planeta,vc não confia em mais ninguem!Sua religiosidade naufraga,e a unica coisa em que se pensa, é ter um plano perfeito pra matar um demônio desses !Vc chora meses a fio, vc desenvolve doenças jamais imaginadas, vc sofre noite e dia !Pedofilia não é doença curavel minha amiga!pesquise aí e confirme!Pedofilos são loucos e enlouquecem a gente tb !Pramim pedofilos merecem a morte, a cadeira eletrica!

  3. Cara Marta:

    Entendo seu coração. Seu texto mostra que, de alguma forma, você conhece algum caso desses e isso lhe faz/fez sofrer muito. Sobre o assunto, se você desejar conversar comigo, estou à sua disposição através do meu e-mail pessoal: iedasampaio@gmail.com
    Eu trato no meu texto de casos que são muito comuns e dos quais as pessoas fogem, não conseguindo resolver, tratar. As pessoas ficam perdidas, sem orientação. Tem vergonha de falarem sobre e sofrem muito por isso. Pedofilia é também Psicose e realmente não tem cura, mas há pessoas que tem níveis de pedofilia menos intensos e nem sabem. Não vêem como algo sério o fato de manipularem, brincando e com carinho, as genitálias dos filhos. Entendeu?
    Claro que há casos muito mais graves, de gente psicótica que precisa ser afastado mesmo do convívio com crianças, que matam crianças etc. Esses casos tem sido mostrados na mídia de forma intensa. O que a mídia não considera são os casos mais ‘amenos’. Eu tratei no meu texto dos casos menos graves. Eu não gosto do sensacionalismo da mídia, embora reconheça que há casos e casos.
    Tenha paz, amiga.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.